Wermeson Sousa
On quarta-feira, 9 de maio de 2012
O aquecimento global já é irreversível, afirmam os cientistas. As estimativas diferem, mas é provável que a temperatura mundial suba até 6ºC devido às emissões de gases do efeito estufa que prosseguem aumentando de forma descontrolada.
Mas, antes disso, haverá um ponto em que os estragos decorrentes do aquecimento – como o degelo das camadas polares e a perda das florestas – acontecerão fatalmente.
Um motivo maior de preocupação para toda a população do planeta é que um novo tratado climático, obrigando grandes poluidores como EUA e China a reduzirem suas emissões só deve ser definido até 2015, talvez para entrar em vigor em 2020.
“Estamos no limiar de grandes mudanças”, disse Will Steffen, diretor do Instituto para a Mudança Climática da Universidade Nacional da Autrália, falando numa conferência em Londres. No caso das camadas de gelo, cruciais para desacelerar o aquecimento, o limite já foi ultrapassado, segundo Steffen.
A capa de gelo da Antártida ocidental já encolheu, na última década, e a região da Groenlândia perde 200 quilômetros cúbicos de cobertura por ano, desde a década de 1990.
A maioria dos especialistas prevê também que a Amazônia se tornará cada dia mais seca em decorrência do aquecimento.
Uma estiagem que tem matado muitas árvores prova que a floresta também está num ponto irreversível, a partir do qual deixará de absorver emissões de carbono e passará a contribuir para elas.
Entre 30 e 63 bilhões de toneladas de carbono por ano estão sendo liberadas na atmosfera. Este é um volume bem mais expressivo do que os cerca de 10 bilhões de toneladas de CO2 liberadas por ano, pela queima de combustíveis fósseis.
Durante a sessão plenária da Cúpula sobre Segurança Nuclear, da qual participam 53 países, em Seul, Coreia do Sul, o primeiro-ministro francês, François Fillon, afirmou que “não se pode abrir mão das vantagens do nuclear”, considerando que o aquecimento global é mais perigoso do que “qualquer acidente tecnológico”.
“O aquecimento global, que poderá causar danos bem mais graves do que qualquer acidente tecnológico, a escassez de recursos energéticos, encorajam-nos a continuar as pesquisas em matéria nuclear”, declarou Fillon aos jornalistas, em Seul. Durma-se com um barulho desses…
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